segunda-feira, 22 de março de 2010

11 Perguntas que os cientistas (ainda) não conseguem responder

1. Como surgiu o Universo?

Como poderíamos responder à pergunta acima? Se concordarmos com os cientistas, diríamos que o cosmo foi criado a partir de uma grande explosão, que deu origem a tudo. É isso que diz a teoria do Big Bang, que afirma que o Universo nasceu há cerca de 13 bilhões de anos, a partir da expansão - geralmente chamada de "explosão" - de um corpo de densidade e temperatura incalculáveis. Pois saiba que essa história não é uma certeza absoluta - e por isso mesmo é chamada de teoria. Apesar de ser a ideia mais aceita pela ciência, o Big Bang nunca foi comprovado e talvez nunca seja. E é exatamente nesse ponto que se firmam os alicerces dos que acreditam que o mundo foi criado por uma entidade suprema, conceito-base de praticamente todas as religiões. E se a teoria da criação divina não tem comprovação cientifica, a do Big Bang baseia-se em evidências e fenômenos observados hoje no cosmos, prováveis resquícios da explosão original - e que os cientistas do Centro Europeu de Física Nuclear (Cern), laboratório que abriga o mais potente acelerador de partículas do mundo, estão tentando recriar com seus experimentos.
Não é de hoje que o Big Bang leva pancadas dos especialistas. Na década de 1950, a teoria chegou a ser ameaçada pelo modelo do estado estacionário, que dizia que o Universo teria sido o mesmo em todos os lugares e em todos os instantes, derrubando, assim, a ideia de que tudo teria surgido ao mesmo tempo. Outro questionamento surge quando se pensa naquilo que poderia existir antes do Big Bang. Na opnião do astrofísico Marcelo Gleiser, autor do livro "A Dança do Universo", a resposta é simples: nada. "Não existia um 'antes'. Esse tipo de pergunta nasce do preconceito comum de querer encontrar um evento anterior a tudo. O tempo simplesmente não existia. Ele surgiu com a criação", diz Gleiser. "A verdade é que, no que se refere à descrição dos fenomenos do início do Universo, ainda não há uma teoria que possa ser dada como certa e definitiva", afirma José Ademir Sales de Lima, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciência Atmosféricas da Universidade de São Paulo.
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2. Quando começa a vida?

A polêmica sobre a questão é tão intensa que até hoje a ciência não conseguiu chegar a uma única resposta. São diversas as teses a respeito do exato momento em que se inicia a vida humana. Durante a Idade Média, imperava a teoria de que ela só começava no instante do nascimento. Hoje, essa ideia é totalmente descartada. As mais aceitas - e discutidas - pela comunidade científica afirmam que a vida começa...

...com a fecundação
No momento em que o espermatozoide entra no óvulo, o que ocorre entre 12 e 48 horas após a relação sexual. A essa fase a gestação, muitos estudiosos dão o nome de "primeiro momento".

...com o início da atividade cardíaca
Para alguns cientístas, a vida humana começa por volta da quarta semana de gestação, quando o coração começa a bater.

...com a formação do sistema nervoso central
Na quinta semana, o embrião já apresenta movimentos involuntários, o que indica atividade do sistema nervoso, característica primordial para a vida humana.

...com o início da atividade cerebral
Considerando que uma pessoa é dada como clinicamente morta no momento em que o seu cérebro para de trabalhar,a lguns pesquisadores apontam o início da vida para o instante em que as ondas cerebrais começam a entrar em ação: oitava semana.

...com a nidação (ou implantação)
Este é o momento em que o embrião se firma na parede do útero. A partir daí, tem início os movimentos celulares que farão surgir todos os órgãos do corpo, dando, assim, forma humana ao embrião. O processo começa próximo ao quiquagésimo dia de gravidez.

...com o surgimento do feto
Grande parte dos estudiosos defende a teoria de que a vida humana se inicia na nona semana de gestação, quando o embrião evolui a feto com a formação básica dos órgãos. Deste momento em diante, o feto praticamente só aumentará de tamanho.
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3. Quanto usamos do nosso cérebro?

Quando o assunto é a capacidade do nosso cérebro, uma pergunta sempre vem à tona: como alcançar 100% de seu potencial? Por muito tempo, acreditou-se que usávamos apenas a décima parte da capacidade cerebral. Com 90% de inatividade, certamente teríamos um grande terreno a ser desbravado. Hoje, já é sabido que isso não passa de um mito surgido entre os cientistas no início do século XX. O fato é que, até agora, a ciência não sabe precisamente quanto utilizamos do nosso potencial cerebral. "Embora existam especulações sobre o assunto, já sabemos, graças ao estudo de imagens funcionais do órgão, que nos valemos de todas as suas áreas, de maneiras diferentes", afirma a neurocientista Suzana Herculano - Houzel. "Mas o percentual que utilizamos ainda é uma incógnita".
De acordo com pesquisas do Laboratório de Neuroanatomia Comparada da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o cérebro humano possui em média 86 bilhões de neurOnios e 85 bilhões de células não neuronais. "O fato de os neurônios corresponderem à metade do cérebro não significa que sua capacidade esteja reduzida à metade", diz Suzana. Saber que a máquina cerebral funciona a todo vapor e se utliza de todas as ferramentas disponíveis não descarta, no entanto, o fato de que o cérebro, a exemplo do que podemos fazer com os músculos, deva - e precise - ser exercitado. "O sistema nervoso se molda de acordo com a estimulação embiental", diz Gilberto Fernando Xavier, de Neurociência e Comportamento da USP. A verdade é que o cérebro humano ainda é um terreno misterioso.
"Não sabemos, por exemplo, como bilhões de neurônios, que funcionam de maneira integrada, podem fazer maravilhas como a pintura e a música e, infelizmente, também as armas e a guerra."
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4. A alma existe?

Em 1907, o médico americano Duncan Mac Dougall dedicou-se a comprovar a existência da alma. Com base em experimentos, ele chegou a afirmar que a alma não apenas existe como também tem peso especifíco. Sua teoria diz que todo ser humano, não importa o tamanho ou a idade, perde exatamente 21 gramas no momento exato da morte. Para MacDougall, seria esse, portanto, o peso da alma - dado que virou até mesmo título do filme. Mas grande parte da comunidade científica internacional não aceita como verdadeiras essas conclusões. Controvérsias à parte, há quem acredite e té tenha histórias para contar a respeito da alma. É o caso da educadora Lucy Lutfi, 74 anos, que passou por duas Experiências de Quase Morta (EQM) - quando o paciente é dado como clinicamente morto e volta à vida. Num desses episódios, em 1972, ela foi atingida por uma grande onda no mar do Guarujá, em São Paulo. Lucy conta que assistiu à cena desconectada do próprio corpo: "Eu me via sendo lançada contra as rochas. Senti que deslizava por um túnel e raciocinava sobre os acontecimentos com clareza." Socorrida na praia, voltou a viver.
Para Marcelo Silva, coordenador do Instituto Internacional de Projeciologia e Conscienciologia, Lucy teve a sua alma projetada para fora do corpo. "Algumas pessoas chamam de 'alma'. Outras, de 'consciência'. Mas acreditamos que seja a mesma coisa", diz ele. Independentemente da nomeclatura, trata-se de algo ainda inexplicável e que gera embates. Para o neurologista Gilberto Fernando Xavier, a "alma nada mais é do que os bilhões de neurônios do cérebro alimentados pela formação cultural e toda sorte de informação que um indivíduo recebe durante a vida". Silva contesta: "Não temos uma definição precisa do que vem ser a alma. Mas pelas pesquisas realizadas, entendemos que ela não é o cérebro nem um tipo de energia conhecida pela física, o que torna sua busca um desafio ainda mior para a ciência."
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5. Os animais pensam?

A informação é contundente: o cérebro dos golfinhos tem maior concetração de neurônios do que o nosso. Para que tudo isso e como esses cetáceos utilizam todo esse potencial ainda é um mistério. Mas já é sabido que estão entre os animais mais inteligentes da Terra: são capazes de se reconhecerem, lembram de fatos do passado, têm linguagem muito similar à nossa - com "palavras", gestos e movimentos. E até ajudam humanos em perigo. Não são raros os relatos de pessoas salvas de afogamentos por eles. Outra história interessante: é comum, nas regiões habitadas por golfinhos, grupos de machos seguirem os barcos. Durante muito tempo, prevaleceu a ideia de que era um tipo de brincadeira. Ledo engano. "Os machos fazem isso para afastar o barco das fêmeas e filhotes. Já que as embarcações invariavelmente seguem os golfinhos, é uma excelente estratégia", diz o ocenógrafo José Martins da Silva Júnior, ques estuda os golfinhos de Fernando de Noronha há quase 20 anos. O curioso é que, nesse exemplo, os animais enganam os humanos, levantandoo a insólita questão: quem são os seres inteligentes dessa história?
Para deixar a discussão ainda mais quente, vale ressaltar que provas de inteligência animal estão por toda parte. Ou você acha que um cachorro aprende a sentar e a dar a pata por simples obra do acaso? Mas raciocínio e inteligência não significam, necessáriamente, capacidade de pensamento. Até hoje, não sabemos se os animais são capazes de planejar como nós. Os golfinhos, por exemplo, não acordam pela manhã e "pensam": Hoje, eu tenho de afastar aqueles turistas da minha família. "Mas que os bichos são dotados de admirável inteligência, isso já é uma certeza. Um caso célebre envolve uma ave. Em 2002, pesquisadores do Departamento de Ecologia Comportamental da Universidade de Oxford, na Inglaterra, assistiram, deslumbrados, a algo até então inédito. Um corvo fêmea usou de arame (após entortá-lo) para retirar a comida que havia sido colocada no fundo de um tubo de vridor. Não há dúvida: a ave acabara de se mostrar capaz de resolver um problema e, o mais fantástico, de criar uma ferramenta com um objetivo especifíco.
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6. É possível viajar no tempo?

"Nunca penso no futuro. Ele chega rápido de mais." Quando disse a frase, o físico alemão Albert Einstein provavelmente não fazia uma alusão à possibilidade de viajar no tempo. No entanto, todas as hipóteses formuladas atualmente sobre o tema sustentam-se na Teoria da Relatividade, formulada por ele em 1905. Segundo tal teoria, o tempo passa mais devagar à medida que um objeto se aproxima da velocidade da luz (cerca de 300 mil km/s). Einstein mostrou que relógios em movimento contam o tempo mais vagarosamente. "Isso significa que, se passarmos um ano viajando pelo espaço a uma velocidade muito próxima à da luz, quando voltarmos à Terra terão se passado 100 anos aqui", diz o astrofísico Richard Gott, da Universidade de Princeton, nos EUA. "De certa forma, poderiamos visitar o futuro."
Se viajar ao amanhã é algo fisicamente factível, a volta no tempo é mais complicada. Para isso, seria preciso superar a velocidade da luz. "A viagem para o passado não existe. A ideia viola o princípio da causalidade, que entende que toda série de eventos depende de uma ordem de causa e consequência", diz o astrofísico Marcelo Gleiser. Esse é o princípio do "paradoxo do avô", que levanta a questão: o que aconteceria se uma pessoa voltasse ao pasado e matasse o próprio avô, impedindo assim, o nascimento do pai e, portanto, seu próprio nascimento? Como essa pessoa poderia ter assassinado o avô, se ela nem chegou a nascer? Tais ponderações são apaixonates. Mas a possibilidade de viajarmos no tempo ainda está longe. "Um dos problemas práticos é a tecnologia. Não temos como construir um foguete ou uma espaçonave para isso", diz Gleiser. "São projetos que só supercivilizações poderão tentar". completa Gott.
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7. Existe premonição?

Quando o analista de sistemas Rodolfo Rossi, 24 anos, partiu de São Paulo pra Santa Catarina, num ônibus de excursão, sua mãe - a dona de casa Divina Andrade, 54 anos - sentiu um aperto no coração, uma sensação pesada, como se algo de ruim estivesse para acontecer ao filho. "Nunca havia sentido nada parecido", ela lembra. Para o psicoterapeuta Ascânio Jatobá, especialista no estudo de sonhos, Divina estava tendo uma premonição: "A mãe é ligada de maneira insconsciente ao filho. E é muito natural ter intuições enquanto a cria está distante." Os cientistas, obviamente, não acreditam em avisos vindos do além ou coisas do gênero e explicam o sentimento da mãe de Rodolfo de uma forma mais racional. "O nosso cérebro tenta ver o futuro o tempo todo. Em situações de conflito e stress, calculamos as probalidades de algo ruim acontecer", diz a neurocientista Suzana Herculano-Houzel. "Com base em conhecimentos e experiências armazenados na memória, temos projeções do que pode vir a se concretizar", acrescenta o neurologista Gilberto Fernando Xavier.
O responsável por essa proeza é o cortex cingulado anterior, uma porção do cérebro que analisa todas as probabilidades e projeta previsões. A partir disso, o indivíduo dá mais atenção ao assunto e tem sensações que se apresentam na forma de stress diante do futuro. Contrariando as leis da ciência, Jatobá afirma que a premonição, na verdade, "é um conteúdo inconsciente que invade a consciência por meio de sonhos ou intuições". E, claro, só é possível confirmar se o pressentimento tinha fundamento depois que o fato acontece - ou não. Até que algo se concretize, a dúvida é inerente ao "premonitor". No caso da dona de casa Divina, sua intuição funcionou. Durante a viagem do filho, houve uma ação da polícia contra brigas localizadas e o rapaz, mesmo sem estar envolvido na confusão, acabou sendo ferido por uma bala de borracha. "Creio que tive uma premonição", diz a mãe.
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8. O que define nossa sexualidade?

"Nasci gay", afirma o estilista Isaac Ludovic, 22 anos. Ele se lembra de sua infância em Barreiras, interior da Bahia, e diz que já naquela fase era convicto de que pertencia ao universo feminino. "Minha diversão era me vestir de menina e brincar com bonecas." Mas para o namorado de Isaac - que prefere não se identificar - a história foi diferente. Já haviam se passado a infância e a adolescência quando ele descobriu que era homossexual. O caso de Isaac se encaixa perfeitamente na explicação da pesquisadora e neurocientista Suzana Herculano - Houzel sobre o assunto. "O interesse sexual é definido biologicamente no ínicio da gestação e não há nada que se possa fazer." Mudanças hormonais, doenças, medicamentos e até a herança genética podem alterar a maneira como o hipotálamo do bebê - parte do cérebro responsável pelo comportamento sexual, entre outras funções - responde a estímulos.
Mas o que explica o caso do namorado de Isaac, que pensava ser heterossexual até os 22 anos? Para o psicólogo Oswaldo Rodrigues Júnior, do Instituto Paulista de Sexualidade, o indivíduo não nasce com a sexualidade definida e pode mudar de orientação: "Isso mostra por que muitas pessoas passam por fases assexuadas ou se tornam homo ou bissexuais." A neurocientista Suzana ressalta que nascer com a sexualidade definida não garante que o indivíduo aceitará a si próprio e assumirá sua inclinação. "O importante é saber que a preferência sexual vem com a criança, como a cor dos olhos, e não deve haver discriminação." Já o psicólogo australiano Allan Pease, autor de best sellers como "Por que os Homens Fazem Sexo e as Mulheres Fazem Amor?", é radical: "A sexualidade não só é definida no útero como também é imutável."
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9. A fé pode curar?

Existem milagres? Uma pessoa pode ser curada simplesmente pela força de sua fé? É muito provável que essas perguntas nunca sejam respondidas. Pelo menos, não de uma forma que agrade a religiosos e cientistas. Mas uma coisa já é consenso entre estudiosos: a fé pode, sim, auxiliar na recuperação de um doente. É o que comprova o trabalho do pesquisador americano Hebert Benson, no Instituto Mente-Corpo da Universidade de Harvard (EUA). Benson estuda a influência da crença há mais de 35 anos. Em uma de suas obras, "Medicina Espiritual", ele afirma que a fé e a meditação melhoram a saúde. Segundo Benson, manter a mente calma e relaxada - como ocorre quando uma pessoa ora ou medita - pode combater problemas como hipertensão, tensão pré-menstrual, insônia e até infertilidade. E ainda alivia os efeitos de doenças crônicas.
Mas não estamos diante de uma prova cabal de que a fé seja sinônimo de alta hospitalar. Os estudos apenas comprovaram que a devoção ativa partes do cérebro que causam bem-estar, dão mais esperança e positivismo ao paciente e deixam ao enfermo relaxado - fatores que auxiliam na recuperação. O próprio pesquisador faz questão de destacar que a fé deve ser uma aliada dos medicamentos e tratamentos convencionais. oRodolfo Puttini, doutor em saúde coletiva pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), compartilha dessa tese. "A espiritualidade é formada por valores que ajudam na cura", diz ele. Já o neurocientista Alfredo Pereira Júnior, falando sobre o que chama de "recuperação do corpo pelo próprio corpo", ressalta que, "quando a mente se envolve no processo da cura por meio da fé, ela ativa mecanismos fisiológicos que influenciam o corpo, auxiliando. Mas isso não quer dizer que a fé possa curar alguém".

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10. Por que nos apaixonamos?

Aparência física, instinto de preservação da espécie, hormônios à flor da pele ou uma flechada aleatória do cupido. As hipóteses são muitas, mas a pergunta acima persiste. "Esse é um mistério que tentamos explicar há séculos e para o qual ainda não temos uma resposta definitiva", diz a psicoterapeuta britânica Paula Hall, que há 15 anos trata casais com problemas de relacionamento. Tudo indica que a paixão não tenha um motivo isolado, mas, sim, um conjunto de razões. Pesquisas sobre como uma pessoa define sua cara-metade, por exemplo, indicam que, quanto maior a semelhança com o alvo desejado, mais chance de rolar uma paixão. A semelhança, no caso, diz respeito tanto ao aspecto físico quanto à personalidade do outro.
Aspecto igualmente importante e bastante examinado da paixão tem a ver com os processos bioquímicos. "O amor pode ser dividido em três fases: luxúria, atração e ligação afetiva. Em cada uma delas produzimos diferentes hormônios. Durante a luxúria, principalmente estrogênio e testosterona, que causam o desejo sexual. Na atração, PEA e dopamina, substâncias que nos fazem querer passar todo o tempo com a pessoa amada. Já a ligação afetiva é influenciada sobretudo pela oxitocina e pela vasopressina, que criam um vínculo emocional. No entanto, mais uma vez, isso não explica tudo. Do ponto de vista bioquímico, ficamos literalmente viciados na outra pessoa. Infelizmente, a sensação não dura para sempre", diz Paula. Assim, o mistério permanece à disposição de cientistas, filósofos e poetas, que há séculos se debruçam sobr eo fenômeno atrás da definição perfeita.
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11. Quando e como o mundo vai acabar?

Estamos a cinco minutos do apocalipse. Pelo menos é o que diz o Relógio do Fim do Mundo, uma criação do Bulletin of the Atomic Scientists, grupo de cientistas que avalia a proximidade de uma catástrofe global. Criado em 1945 para alertar a humanidade sobre o perigo da proliferação de armas nucleares, o relógio agora também leva em conta o impacto das mudanças climáticas na Terra para determinar seu ritmo. Quanto mais próximos os ponteiros estiverem do número 12, mais perto estaremos da aniquilaçãoo. "É fácil imaginar os danos causados por explosões nucleares. No entanto, tendemos a não aacreditar que os bilhões de motores em funcionamento no mundo possam causar dano semelhante. Mas eles podem", diz o ambientalista americano Bill McKibben, autor do livro "O Fim da Natureza". Embora as previsões a respeito dos efeitos da ação humana sobre o clima sejam alarmantes, McKibben acredita que eles não serão capazes de causar a destruição total: "O planeta sobreviverá. Mas vamos causar a morte de muitos humanos, bichos e plantas. E é bem possível que isso aconteça antes do fim deste século."
Independentemente da ação do homem, sabemos que a extinção do planeta é um acontecimento inevitável. Muito provavelmente, o responsável por isso será o Sol, cuja energia permite a vida na Terra. Para iluminar e aquecer o sistema solar, a estrela queima seu próprio combustível nuclear. Esse processo não vai durar para sempre. Mas, nesse quesito, ainda temos muito tempo. Vai levar cerca de cinco bilhões de anos para o Sol se tornar uma estrela gigante, vermelha, que se expandirá e desstruirá os planetas que encontrar pelo caminho - inclusive o nosso. "Portanto, se até lá o homem não destruir a Terra, o apocalipse ocorrerá de qualquer maneira", diz José Ademir Sales de Lima, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP). Claro que tudo também pode acabar com a colisão de um asteroide com a Terra ou - por que não? - uma invasão extraterrestre. Teorias não faltam. "Os medos apocalípticos nunca cessam. Se eles tivessem se concretizado, não estaríamos mais aqui. Podemos ficar tranquilos, está tudo bem", garante o astrofísico Marcelo Gleiser.

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Texto e imagens extraidos da Revista IstoÉ
Ano 32 - nº2090 - 2 DEZ/2009

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